Recentemente foi disponibilizada, no Prime Video da Amazon, a série “Z: O começo de tudo” (em inglês, “Z: The Beginning of Everything”), baseada no romance biográfico “Z: A Novel of Zelda Fitzgerald”, da escritora Therese Anne Fowler. A primeira temporada tem somente 10 episódios, cada um com apenas 23 a 29 minutos. Ou seja: os mais ansiosos podem assistir a tudo em menos de cinco horas.
A protagonista de “Z” é Zelda Sayre (Cristina Ricci), com quem um dos maiores escritores americanos, Francis Scott Fitzgerald (David Hoflin), foi casado e teve uma filha. Mas Zelda e Scott se amalgamaram de tal maneira que é impossível um ou outro ter maior destaque nesta ou em qualquer outra obra que os retrate em suas vidas adultas.
“Z: O começo de tudo” começa em 1918, quando o casal se conhece. Scott está num acampamento do exército próximo a Montgomery, no estado do Alabama, cidade natal de Zelda. Pouco depois, Scott e os outros soldados partem para outro acampamento, e eles passam a se comunicar através de cartas.
Não demora muito e a guerra chega ao fim. Ciente de que não tem condições financeiras para manter o padrão de vida que tem sua amada, Scott vai direto para Nova York, onde consegue um emprego numa agência de publicidade, mas pede demissão pouco depois. Nessa época, Scott está trabalhando no romance que será conhecido como “Este lado do paraíso” (“This side of paradise”). Algum tempo depois, o original é aprovado pela editora Scribner’s. É quando, confiante em sua carreira de escritor, Scott pede Zelda em casamento. E eles se casam, em Nova York.
“Este lado do paraíso” tem uma excelente recepção tanto por parte da crítica quanto do público, e em pouco tempo vende vinte mil cópias. O sucesso toma conta do casal, e quem conhece, ainda que por alto, a história, sabe o que vem pela frente. Zelda e Scott entram num torvelinho de badalações, festas, muito álcool e pouca literatura. Com isso, o relacionamento começa a azedar, assim como a criatividade de Scott, que não consegue dar forma a seu esperado segundo romance e começa a ser questionado.
Mas, geralmente, essa versão tem muito de Scott e pouco de Zelda. Portanto, o trunfo de “Z” é o olhar de e sobre Zelda: quem ela realmente foi, o que ela queria da vida e como ela lidou com os altos e baixos que viveu ao lado de Scott. E é por isso que a série tem tudo para cair nas graças não apenas de literatos (a propósito: H.L. Mencken, Edmund Wilson e Max Perkins dão as caras em alguns episódios), mas até mesmo de quem nunca se interessou pelo casal. Porque, no fundo, a série é sobre um relacionamento amoroso, talvez o mais explosivo e marcante do século XX.
O roteiro não é um primor, mas funciona bem e é bastante ágil – dentro do que podemos chamar de ágil numa trama que se passa nos anos 1920. A ambientação de época e o figurino são excelentes. De negativo, apenas algumas atuações um pouco afetadas demais, principalmente a de Cristina Ricci. A lamentar, somente o fato de, mui provavelmente, a segunda temporada só vir à luz em 2018.
Como sempre não tem final. Estas séries da netflix e amazon prime nunca tem final. E esta parece que não terá mesmo porque é de 2017, com a segund atemporada aguarda em 2018. Esta até que foi boa, mas não vou ver mais estas séries.