No meio de tantas notícias ruins e movimentos políticos e sociais retrógrados, uma boa notícia que representa algum avanço: o Supremo Tribunal Federal decidiu liberar, por unanimidade, a publicação de biografias não autorizadas. Todos os ministros presentes durante a sessão – no caso, nove; apenas um precisou se ausentar – votaram a favor da liberação.
É uma tremenda resposta a alguns caciques da nossa música popular, como Roberto Carlos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan e, pasmem, Chico Buarque, que defendiam a necessidade de autorização prévia para que biografias pudessem ser publicadas.
Agora, poderemos ter novamente acesso, por exemplo, à biografia de Roberto Carlos escrita pelo jornalista Paulo Cesar de Araújo, que certamente será relançada em breve. Situações desconfortáveis, como a que está passando agora o jornalista Vitor Nuzzi, biógrafo de Geraldo Vandré que está sendo criticado pelo próprio biografado, continuarão acontecendo, é verdade, mas a censura deixará de existir.
Os livros poderão ser publicados, e se houver algo que o biografado ou seus herdeiros considerarem que há algo no livro passível de processo, eles poderão recorrer ao Judiciário para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Mas, censura, não mais.
Uma notícia excelente não apenas para escritores, jornalistas e editores, mas sobretudo mas a sociedade, que poderá ter maior acesso às histórias de personalidades que participaram com destaque da História do nosso país.