O trabalho do escritor não compensa.
Ele passa dias, semanas, meses, até mesmo anos, com uma história na cabeça. Daí escreve a história e aí pronto, acabou. Às vezes, o resultado nem bom fica.
Mas ele se desgastou enormemente pensando, escrevendo, revisando. E, no fim, não ganha nada.
O de resenhista tampouco – a menos que ele seja bem pago pelo texto, o que pouco acontece. Ele lê o livro, passa dias – ou horas, a depender do prazo – pensando em como escrever sobre a obra, até para não ser injusto com ela, escreve o texto, revisa, e depois ele vai embora.
Geralmente não aparece uma boa alma sequer para dizer “comprei o livro só por causa da sua resenha!” ou “realmente, você tem razão, o livro não é bom mesmo”. E o texto fica lá, no blog, jornal ou revista, sendo ignorado, xingado – principalmente pelo autor do livro, se o alvo do texto não for bom – e, raramente, elogiado, mas dos elogios ele quase nunca fica sabendo.
Enfim. É um trabalho ingrato, que não compensa. Mas ele segue em frente. E não tem vontade alguma de parar.