Em dezembro de 2011 recebi, por e-mail, um convite irrecusável: inaugurar uma nova seção do Jornal Rascunho chamada “Eu recomendo”, em que leitores e escritores recomendariam, como dá a entender o nome do espaço, uma obra literária.
Apesar de ter que enviar três títulos de livros para o jornal fazer um filtro, com o objetivo de evitar que o livro recomendado fosse também resenhado na mesma edição, eu queria mesmo era recomendar “O encontro marcado”, romance do escritor Fernando Sabino. O texto, publicado na edição de janeiro de 2012, e reproduzido abaixo, é curto, mas dá uma ideia de por que esse livro é tão importante para mim, e por que recomendo a sua leitura.
Este ano, no dia 12 de outubro, comemoraremos os 100 anos do nascimento de Fernando Sabino. Tenho, com Sabino, uma dívida eterna, e divulgar a sua obra foi a maneira que encontrei de tentar minimamente pagá-la. Por isso, ao longo de 2023 republicarei aqui no blog tudo – ou quase tudo – que escrevi sobre – e para – Fernando Sabino. Além disso, publicarei novos textos, a serem escritos nos próximos meses.
01 de janeiro de 2023. A esperança voltou ao Palácio do Planalto. E é com a esperança de dias melhores – e de uma volta por cima, para citar uma das obras de Sabino – que dou início, aqui, ao meu centenário particular de Fernando Sabino. Até breve!
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“O encontro marcado”, romance do escritor mineiro Fernando Sabino (1923-2004), possui
algumas das características indispensáveis para um bom livro, além do enredo cativante, como
o bom humor e a leveza do texto, que não deixa a leitura se tornar cansativa.
Mas não é apenas por isso que “O encontro marcado” é reconhecido por muitos leitores,
escritores e críticos como um dos principais romances de nossa literatura entre os escritos no
século passado – eu diria até de todos os tempos, e não me restringiria apenas à literatura
brasileira, mas talvez isso seja exagero de um fã apaixonado.
“O encontro marcado” é o que é porque, como críticos da época em que foi lançado (1956)
declararam, ele é o romance de uma geração, a da década de 1940; e, como críticos da
atualidade volta e meia dizem, é também o romance de outras gerações que vieram depois.
Costumo dizer que “O encontro marcado” é minha “Bíblia”, porque mudou completamente a
maneira como vejo o mundo. E é por isso que recomendo veementemente a sua leitura.