Estreou neste domingo (06/11), na Netflix, a série “Designated Survivor”. Protagonizada por Kiefer Sutherland, o eterno Jack Bauer, “DS” é uma produção da emissora de TV estadunidense ABC, mas a Netflix comprou os direitos para exibir a série, e o fará da maneira tradicional: um episódio novo por semana. Por enquanto, apenas o o primeiro foi disponibilizado, ainda que, na ABC, cinco episódios já tenham sido transmitidos.
A premissa da série é excelente: durante o State of Union – evento anual no Congresso dos Estados Unidos, transmitido ao vivo pela televisão, em que o presidente faz um discurso sobre a situação do país e suas propostas de governo -, um membro do governo é escolhido como o “sobrevivente designado”. Caso aconteça alguma tragédia, essa pessoa assumirá a presidência do país.
O membro em questão é Tom Kirkland, interpretado por Sutherland, secretário de habitação e desenvolvimento urbano do governo, mas não ficamos sabendo como e por que ele foi o escolhido. O fato é que, horas antes do State of Union, Tom é informado de que o presidente não fará menção aos seus projetos, no discurso. Pior: ele será destituído do cargo. Para que não fique a ver navios, oferecem a Tom o cargo de embaixador da Organização Internacional da Aviação Civil, mas em Montreal, no Canadá. Isso significaria mais uma grande mudança para sua família – Tom é casado e tem dois filhos -, que finalmente estão adaptados a Washington, onde vivem há três anos.
À noite, abrigado em local seguro, Tom recebe a notícia de que houve uma explosão no Capitólio – sede do Congresso dos Estados Unidos -, e de que o presidente e vários deputados, senadores e membros do governo estão mortos. A partir de agora, Tom Kirkland é o presidente dos Estados Unidos.
“Designated Survivor” estreou na ABC em 21 de setembro e vem agradando a crítica e o público. O episódio piloto é bem construído e muito bem produzido. O único senão talvez fique por conta da extrema desenvoltura de Tom horas depois de ter sua vida completamente modificada – e de seu país ter sido alvo do maior ataque terrorista desde o 11 de setembro. Um exemplo: ainda de moleton e calça jeans, Tom bate de frente com o general Harris Cochrane, que pretende retaliar nações inimigas que possam estar envolvidas no atentado.
Além de se acostumar com o novo cargo, Tom terá de se defender do chamado “fogo amigo”, pois, ao fim do primeiro episódio, o general compartilha com o chefe de gabinete da presidência seu desejo de remover Tom do cargo o quanto antes; e terá, também, que lidar com outros atentados, pois uma agente do FBI que integra a investigação da explosão conclui que aquilo seria apenas o começo.
Misturando terrorismo, investigação e intriga política, “Designated Survivor” parece tentar aliar os pontos fortes de séries como “24 Horas” e “House of Cards”, o que faz com bastante sucesso no primeiro episódio. Se os episódios seguintes mantiverem o mesmo nível, ou forem melhores, “Designated Survivor” tem tudo para ser uma das melhores surpresas dos últimos anos.