Contra o Kindle!

Vem do site Revolução eBook (via The Guardian) a notícia mais maravilhosa do mundo literário dos últimos meses: uma rede de livrarias australiana, a Pages & Pages, está fazendo uma campanha contra o Kindle, o mais famoso leitor eletrônico do mercado. Fui averiguar a notícia e encontrei um link que explica melhor a campanha: ela consiste em donos de Kindle trocarem seus aparelhos pelo e-reader que a P&P vende, que é o BeBook. A ação acontece no terceiro sábado de cada mês. Quem desistir do Kindle – “jogando-o fora” em uma das lojas da P&P – ganha um crédito de 50 dólares australianos (cerca de 100 reais, segundo o Revolução eBook).

PagesPagesO BeBook é mais caro do que o Kindle (custa 179,95 dólares; se bem que não sei por quanto sai um Kindle para um australiano), mas dá uma maior liberdade para o leitor, que poderá comprar seus livros eletrônicos em diversos sites. Para quem não sabe: quem tem um Kindle só pode comprar livros eletrônicos no site da Amazon. Ou seja: quem tem um Kindle vira uma espécie de “refém” da Amazon.

Achei a ideia da Pages & Pages simplesmente sensacional, apesar de imaginar que a iniciativa não terá grande êxito. Não, não é pessimismo. Sou um otimista incorrigível. Digo isso apenas por causa do preço do BeBook. Não obstante, é uma forma bastante original de protesto.

No cartaz que explica a campanha está escrito mais ou menos o seguinte: “O Kindle obriga que você compre apenas na Amazon. Mas não precisa ser assim. A Pages & Pages também vende ebooks. Nós também: apoiamos as escolas locais; pagamos impostos na Austrália; empregamos pessoas daqui; give Mosman Village character [não peguei essa]; respeitamos a sua privacidade. A Amazon não faz nada disso”.

É muito bacana ver uma rede de livrarias lá da Austrália peitar assim a gigante Amazon. É como a batalha entre Davi e Golias. Chega até a ser engraçado, divertido.

Fica então a torcida pela Pages & Pages. Não necessariamente contra a Amazon – o título do post é só uma brincadeira. Mas não podemos ver com bons olhos um monopólio como o que a Amazon deseja construir. Se a empresa conseguir o que deseja, que é pulverizar seus concorrentes, o mercado editorial terá – na verdade, já vem tendo – grande problemas.

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Links utilizados como fonte:

Revolução eBook – http://revolucaoebook.com.br/livraria-combate-hegemonia-amazon-trocando-kindles-por-vale-presentes/

Matéria no The Guardian – http://www.guardian.co.uk/books/2013/apr/19/bookseller-vouchers-dump-kindle-amazon

Blog de Jon Page, dono da Pages & Pages – http://bitethebook.com/2013/04/19/pages-pages-declares-kindle-amnesty/

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